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Meia-noite na biblioteca
TEMPORADA 1

Meia-noite na biblioteca
TEMPORADA 1

Meia-noite na biblioteca, 13º livro de Alonso Alvarez, traz histórias com vivos, mortos e imortais numa biblioteca dentro de um cemitério. Obra livremente inspirada na Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, que ocupou, durante dez anos, a casa do ex-coveiro no Cemitério de Colônia, Parelheiros, é um registro ficcional de uma vibrante e emocionante militância literária na periferia de São Paulo. Uma história de amor aos livros e à vida!

Autor: Alonso Alvarez
Capa: Rafa Antón
Prefácio: Bel Santos Mayer

Editora: Ficções
ISBN (Papel): 9786587622095
ISBN (E-book): 9786587622101
Formato: 14 X 21 cm
Páginas: 116
Ano: 2021
Juvenil / Para todas as idades, a partir dos 11 anos

Projeto realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Programa de Ação Cultural - Proac 2020.

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Reprodução

Como imaginar uma biblioteca dentro de um cemitério, cercada de cruzes, jazigos e lápides? É a história deste livro.
Quatro meninos, amigos inseparáveis, que estudam na mesma sala do sexto ano numa escola pública e gostam de ler livros, descobrem que existe uma nova biblioteca no bairro nos fundos de um cemitério.

Luís, Mário, Osmar e Paulo resolvem visitá-la e lá conhecem Aline, a jovem e encantadora bibliotecária. Ficam felizes ao descobrirem que ela não é uma alma penada.

Os meninos, então, além de conhecerem as novas histórias nos livros que emprestam da biblioteca, começam a conhecer também as histórias dos mortos enterrados no cemitério e de seus parentes que sofrem com as perdas.

Aline é uma bibliotecária voluntária, ativista da literatura, sempre inventando alguma coisa para atrair ou alcançar as pessoas do bairro e aproximá-las dos livros. O leitor vai descobrir o que se pode inventar e fazer com os livros e como eles podem transformar rotinas, proporcionar descobertas, inspirar sonhos e ideais, juntar e aproximar pessoas.

Aline e o seu namorado Ayo estão estudando para entrar na USP. Ele é slammer, poeta que disputa competições poéticas. Os dois, com a colaboração dos meninos e amigos, preparam a Festa do Dia dos Mortos, inspirada na tradição mexicana.

Já nos primeiros capítulos, o leitor se sentirá à vontade e curioso para acompanhar as aventuras dos personagens nessa biblioteca cativante, entre túmulos, cruzes e livros, e saborear o café com bolo de laranja preparados por Aline, se encantar com a desarrumação dos livros, encontrar Zé Penado, cruzar com o fantasma Jorge, conhecer as meninas Íris e Dalji, a anciã indígena Tamikuã, a Sra. Valéria, a Dona Bintu e sua Praça Adotada, o cachorro Junto, entre outros, e assim se descobrir dentro de uma história insólita, e, de repente, se ver deitado à meia-noite no gramado, sob um céu estrelado derramando estrelas cadentes, num lugar especial, que está dentro de uma cratera provocada por um meteorito que caiu na região há milhões de anos, com aldeias indígenas guaranis e a mata atlântica ao redor.

Meia-noite na biblioteca é o registro ficcional de uma biblioteca que existiu por mais de dez anos dentro de um cemitério, que ao encontrar abrigo na casa do ex-coveiro, transformou-se também numa história pulsante e arrebatadora que não para de ser contada mundo afora.

Esta primeira temporada de Meia-noite na biblioteca acontece entre outubro de 2019 e março de 2020, quando então a pandemia da Covid-19 surpreendeu o mundo e a biblioteca precisou fechar suas portas pela primeira vez.


PREFÁCIO

Nos caminhos da leitura, uma biblioteca
Bel Santos Mayer


É um privilégio ler um livro antes da impressão, contar com a confiança e autorização do autor para palpitar sobre o enredo e as personagens. É verdade, também, que podemos fazer isso sempre. Quem nunca mudou pedacinhos de alguma história lida ou ouvida, por esquecimento ou reivindicação de coautoria?

O livro Meia-noite na biblioteca é uma ficção inspirada numa biblioteca real: a Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura (BCCL), a biblioteca do Cemitério de Colônia, em Parelheiros, a qual conheço muito bem.

Embora soubesse que se tratava de uma ficção (em que qualquer semelhança é mera coincidência), depois da mensagem do Alonso dizendo “É ficção, mas fiquei todo o tempo com o mapa de Parelheiros na mesa e lembrando da biblioteca”, fiquei bem à vontade para me meter na história. Em um tempo muito mais lento que o desejado por ele, mandava por WhatsApp minhas dúvidas, questionamentos e sugestões. Alonso pacientemente me respondia, justificando sua escolha ou com uma nova versão do texto.

Ao final, li a aventura completa duas vezes; alguns capítulos, quatro. Rendi-me às emoções que as personagens despertaram: passei da alegria com risos soltos, como se me fizessem cócegas nos pés, à tristeza e à dor, como se me arranhassem feridas antigas.

Desde a primeira leitura, lembrei-me de uma viagem à Cidade do México em 2016. Convidada a participar do III Congresso Ibero-Americano de Língua e Literatura Infantil e Juvenil – Cilelij, apresentei a BCCL em uma exposição de práticas inovadoras na área do livro, leitura e literatura.

Ainda que o México seja referência mundial em festividades em cemitérios, muitos visitantes foram atraídos(as) pelo banner com imagens de jovens lendo numa área fúnebre e por meu relato sobre a ocupação com livros, da antiga casa de um coveiro.

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Uma das conversas mais intrigantes aconteceu com um grupo Pomuch, da província de Campeche. Descendentes dos maias, eles e elas preservam um particular ritual de celebração do Dia dos Mortos: uma vez ao ano toda a família – filhos, filhas, netos, netas, avôs, avós, irmãos, irmãs, mães, pais, crianças, jovens e adultos –, com apoio de escovas, tiram resíduos (peles, cabelos, poeira) dos ossos dos(as) que já se foram. Depois de limpos, os ossos são colocados de forma bastante ordenada em toalhas lindamente bordadas com o nome do(a) ente querido(a). Enquanto fazem a limpeza, o vazio e a dor da ausência são preenchidos de notícias recentes, para que o(a) falecido(a) seja atualizado(a).

Esse relato resumido pode passar a impressão errada de que seja algo assustador, quando, na verdade, trata-se de um evento carregado de muita ternura e respeito. O povo Pomuch aprende desde criança, a manter os(as) ancestrais presentes na vida dele(a): prepara e come suas comidas e doces preferidos; mantém próximos às urnas funerárias objetos relacionados aos seus vícios, brinquedos e brincadeiras. As lembranças são uma forma de agradecer por suas existências.

O livro Meia-noite na biblioteca me parece uma metáfora desse ritual. Aline, a bibliotecária e mediadora da leitura da biblioteca do cemitério, acolhe mortos(as) e vivos(as) com a mesma delicadeza e respeito que os Pomuch limpam ossos ou bordam ponto por ponto as toalhas que os(as) receberão.

Luís, Mário, Osmar e Paulo são outros protagonistas dessa história. Moram em Parelheiros, área periférica rural, reserva de mata atlântica no extremo sul da cidade de São Paulo. Têm onze anos, são vizinhos e colegas de escola; vivem grudados e conhecem os gostos, os medos, os segredos e as manias uns dos outros. Dividem os dias entre estudo, brincadeiras, vontades e falta de dinheiro para saná-las (como a de tomar um “sorvete de máquina” colorido).

Por diferentes motivos eram “alunos nota dez” nas aulas de português. Sabemos, pelo narrador, que “Mário era craque na redação”, “Luís mandava bem nos verbos, não errava uma conjugação”, “Osmar conhecia as palavras como ninguém” e “Paulo era bom leitor, mas bom demais; lia em voz alta a ponto de fazer a sala inteira fechar os olhos e viajar”.

Chega um momento em que os livros da sala de leitura da escola são insuficientes para os interesses dos meninos. Eis que descobrem a existência de uma biblioteca no cemitério do bairro. A princípio acham que é uma pegadinha macabra. Afinal, quem colocaria uma biblioteca num cemitério onde repousam (tomara que repousem!) os restos mortais da vizinhança, incluindo um colega da turma?!

O narrador não poupa os quatro amigos das dores da perda de pessoas queridas. E faz isso escolhendo e acolhendo palavras suas e de outras autorias. Caminhando entre lápides, os meninos percebem que os jazigos são “manchados de lágrimas que os visitantes deixavam cair de tanto chorar”. Em um deles, Renata, que chora a morte do irmão, encontra versos da autora Alice Ruiz:

tem os que partem
da pedra ao vidro
deixam tudo partido.


A cada capítulo chegam novos(as) mortos(as) e vivos(as). Suas histórias são relatadas de forma tão convincente, que é imediata a nossa torcida para que alguém ou alguma palavra iluminada ajude a estancar seus prantos. E é a literatura, citada em mais de uma dezena de obras e autores(as), com metáforas apetitosas, que cumpre essa função. Aline faz o “meio de campo”, e cada livro vai encontrando o seu leitor, a sua leitora.

Já aconteceu de alguém conversar com você por poucos minutos e adivinhar a música, a série ou estilo de livro que você gosta? Pois Aline é desse tipo: sempre tem um livro para indicar e acerta muito. E não porque tenha alguma fórmula misteriosa embaixo do turbante, mas porque é uma leitora com escuta afinada para narradores(as) de todas as idades. E por não fugir dos males que afligem as pessoas, sempre tem pílulas de leitura para recitar e receitar.

Mas nem pense que tudo é perfeição. Há roubo de girassóis, páginas de livro arrancadas, abandonos, perseguição policial, censura. Aos poucos vamos entrando na casa e na vida das personagens e na biblioteca do cemitério. Equipados com uma escovinha imaginária, vamos tirando o pó de ossos grandes e de ossinhos miúdos dos(as) nossos(as) ancestrais, enquanto ouvimos as histórias dos que estão em cima da terra e dos que voam alto em aviões e constelações de papel.

Com Aline e toda gente que ela recebe, percebemos que a biblioteca não é apenas para quem gosta de ler: a biblioteca é lugar para quem gosta de gente e de conversar sobre a vida e sobre leituras. Escutada, cada pessoa que chega vai se sentindo em casa.

Acredito que ao ler Meia-noite na biblioteca, você também terá vontade de segurar um cartaz que fizemos na BCCL: “Essa biblioteca também é minha!”

Boa leitura!



Bel Santos Mayer é educadora social, mestra pelo Programa de Pós-graduação em Turismo (PPGTUR/EACH/USP) com a dissertação Parelheiros idas e vi(n)das: ler, viajar e mover-se com uma biblioteca comunitária. É também coordenadora do Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (Ibeac) desde 1997 e cogestora da rede de bibliotecas comunitárias LiteraSampa.


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Foto
Foto: Lívia Wu / Acervo Ibeac


Ao final, li a aventura completa duas vezes; alguns capítulos, quatro. Rendi-me às emoções que as personagens despertaram: passei da alegria com risos soltos, como se me fizessem cócegas nos pés, à tristeza e à dor, como se me arranhassem feridas antigas.




Um lugar de acesso público onde os trabalhos pudessem continuar: a antiga casa do coveiro, no cemitério de colônia. O que poderia ser um empecilho, com o tempo se tornou um cartão-postal da cidade.
Reprodução


A Biblioteca Comunitária
Caminhos da Leitura


Em 2008, nascia na região de Parelheiros a Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura – BCCL, um novo espaço de irradiação do livro, leitura e literatura para a cidade de São Paulo. Sonhada e semeada por um grupo de adolescentes de Parelheiros em parceria com o Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário – Ibeac, a Caminhos da Leitura abriu as portas pela primeira vez na sala de uma Unidade Básica de Saúde – UBS da região. Além de um acervo disponível à comunidade, as receitas médicas eram acompanhadas por “pílulas de leitura” – indicações e trechos literários.

Após dois anos, a biblioteca precisou desocupar a UBS. Com local incerto, não demorou para que achassem um lugar de acesso público onde os trabalhos pudessem continuar: a antiga casa do coveiro, no Cemitério de Colônia. O que poderia ser um empecilho, com o tempo se tornou um cartão-postal da cidade. E foi nesse espaço, há mais de dez anos, que a biblioteca continuou sua missão de tornar Parelheiros um território leitor, dialogando e pensando soluções para os desafios da comunidade, valorizando suas potencialidades. O espaço é mantido por jovens “escritureiros”: aventureiros da escrita de Parelheiros.


Mapa de Parelheiros / Reprodução


Fundado em 1829, no bairro Colônia Paulista, zona sul de São Paulo, o Cemitério de Colônia objetivava atender famílias de imigrantes alemães que chegaram na região no início do século XIX. Nas proximidades do cemitério há a Cratera da Colônia, criada pelo impacto da queda de um meteorito de cerca de duzentos metros de diâmetro, em data estimada entre 36 milhões e 5 milhões de anos atrás. Há apenas três crateras desse tipo no mundo, sendo uma no México, uma na Alemanha e a no Brasil, que fica em Parelheiros, tem 3,6 quilômetros de diâmetro, cerca de trezentos metros de profundidade e uma borda soerguida de 120 metros.

Dentre as particularidades de Parelheiros está o seu nome, que originou-se das corridas de cavalos em parelhas, esporte dos antigos moradores. Na região há seis aldeias indígenas guaranis: Kalipety, Krukutu, Tape Mirĩ, Tekoa Porã, Tenondé Porã e Yrexakã. É também uma das regiões com maior percentual de presença negra da capital paulista: 57,1%. Abriga uma reserva de mata atlântica, onde se encontram duas extensas áreas de proteção ambiental: Bororé-Colônia e Capivari-Monos. Nessa região, encontram-se cinco parques naturais: Varginha, Cratera da Colônia, Bororé, Itaim e Jaceguava.

Reprodução


E é nesse território que, ao longo dos anos, a Caminhos da Leitura reuniu muitas histórias de moradores de Parelheiros e um acervo de 5 mil livros, com foco na bibliodiversidade: a BCCL abriga literatura indígena, africana, negra, infantil, juvenil, contos, romance, poesia, HQs, além de obras sobre sustentabilidade, direitos humanos, educação sexual e gênero, títulos em braile e muito mais.

Em 2021, durante a pandemia da Covid-19, a BBCL precisou sair do atual espaço para que o cemitério pudesse ampliar seus serviços. Em breve, irá florescer em um novo local. Como sempre, contando com a participação da comunidade, a biblioteca criou a campanha “Eu (a)guardo a Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura”, em que a comunidade, amigos e parceiros da biblioteca recebem uma bolsa com dez obras literárias e serão guardiões e guardiãs desse acervo, até que o novo espaço renasça.

Conheça mais sobre a Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura e apoie suas ações:

Ibeac
facebook.com/bccaminhosdaleitura
instagram.com/bc.caminhosdaleitura







Os personagens, vivos ou mortos, entram na história como se não houvesse diferença entre eles. Aline, que estuda para entrar na faculdade e à noite ainda trabalha como entregadora de pizzas, é o fio condutor da jornada que aborda escritores e obras, de forma natural, gostosa como uma conversa entre pessoas que amam os livros.



Matéria no Fantástico/TV Globo sobre a Biblioteca

Matéria no Fantástico/TV Globo sobre "Pesquisa inédita mostra que a juventude diz sim à política e não à intolerância" também apresenta a militância literária na Biblioteca Caminhos da Leitura, em Parelheiros, que por dez anos ficou abrigada na casa do ex-coveiro no Cemitério de Colônia, em Parelheiros. Biblioteca inspirou o livro "Meia-noite na biblioteca".








LEITURA NO FEMININO

No artigo, “A leitura no feminino”, no Jornal Rascunho, edição de abril, José Castilho destaca a jovem bibliotecária Aline, personagem do livro “Meia-noite na biblioteca”, inspirado na Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, ao abordar a recente pesquisa “O Brasil que Lê” que mostrou o engajamento maciço de mulheres à frente de projetos referenciais de leitura.



JOSÉ CASTILHO
É doutor em Filosofia/USP, docente na FCL-Unesp, editor, gestor público e escritor. Consultor internacional na JCastilho – Gestão&Projetos. Dirigiu a Editora Unesp, a Biblioteca Pública Mário de Andrade (São Paulo) e foi secretário executivo do Plano Nacional do Livro e Leitura (MinC e MEC).









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MEIA-NOITE NA BIBLIOTECA
TEMPORADA 2


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